Doença pode provocar acidentes na estrada.
Mãos no volante, destino certo e olhos na estrada. Até que a sonolência começa a atacar e as pálpebras vão cedendo ao cansaço. Um susto com o desvio de rota para a berma ou um acidente com resultados dramáticas – é neste jogo de probabilidades que se encontram os doentes de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS).
"A sonolência é praticamente instantânea, bastam décimos de segundo para adormecer", alerta João Cardoso, diretor do serviço de Pneumologia do Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Por se tratar de uma das situações mais afetadas por este problema, a condução é o foco de algumas das questões que os médicos fazem a estes doentes. "Perguntamos, por exemplo, se já adormeceu num semáforo ou se já teve algum acidente", explica ao CM o especialista, sublinhando que "muitos procuram ajuda médica depois de um susto ou um acidente durante a condução.
A AOS consiste numa "interrupção parcial ou total da respiração durante o sono", descreve João Cardoso. "No dia seguinte, a pessoa está cansada. Acorda com vontade de continuar a dormir. A qualquer momento em que a pressão do dia a dia seja aliviada, adormece com facilidade", acrescenta.
Também podem ocorrer acidentes de trabalho ou de condução nesse pequeno intervalo em que o doente cede à sonolência extrema. A Associação Portuguesa de Sono revelou, num estudo realizado em 2011, que 0,67% dos condutores portugueses tinham tido acidentes por adormecerem ao volante. Nas contas desta organização, com base no número de população que conduz, esta percentagem representa cerca de 47 mil acidentes.
Uma situação que pode ser resolvida com a procura de ajuda médica. "Em Portugal, temos a hipótese de tratar os doentes com o ventilador (CPAP) há cerca de 25 anos. O aparelho é 100% eficaz em casos de apneia do sono moderada a grave", conclui o pneumologista.
FONTE: cmjornal.xl.pt/ - Por Cláudia Machado
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