Isto é o que acontece se você não dormir nada!
Edward Norton sem pregar o olho ('O clube da luta', de David Fincher)
O que aconteceria se uma pessoa não dormisse nada?,
perguntava um usuário do Quora, uma rede social de perguntas e respostas: “Não apenas
uma noite ou duas, mas sempre”. “Enlouqueceria?”. “Morreria?”.
Chris Morrison resumia os possíveis sintomas que
poderia sentir, que também estão explicados neste vídeo da Asap
Science (com legendas em espanhol) sobre o sono, com link em uma das
respostas.
Depois de uma primeira noite sem dormir, o sistema
mesolímbico é estimulado e a dopamina é liberada, por isso nos sentimos com
mais energia, motivação, otimismo e desejo sexual. Mas, claro, essa sensação
positiva é enganosa, já que a partir daí tudo vai ladeira abaixo.
Pouco a pouco, o cérebro começa a desativar as
regiões que se encarregam de planejar e avaliar decisões, o que resulta em um
comportamento mais impulsivo. O esgotamento provoca, além disso, uma lentidão
no tempo de reação e uma piora das funções perceptivas e cognitivas.
Depois de um ou dois dias, o corpo deixa de
metabolizar a glicose de forma adequada, e o sistema imunológico começa a falhar.
Como lembra Morrison, a partir do segundo dia também pode haver uma piora geral
da memória. Três dias sem dormir provocaram alucinações em alguns casos.
O recorde (documentado
cientificamente) é de Randy Gardner,
que passou 264 horas (11 dias) sem dormir e sem ajuda de estimulantes. O feito
ocorreu em 1964, quando tinha 17 anos, e foi acompanhado pelo médico
especialista em sono da Universidade Stanford, William Dement. Como outros que
se submeteram a testes semelhantes, Gardner não apresentou efeitos negativos em
sua saúde a longo prazo.
Isso não quer dizer que ficar sem dormir não possa
levar à morte. Os ratos conseguem ficar sem dormir entre duas e quatro semanas.
Depois morrem, embora não esteja claro se por falta de dormir (e o
hipermetabolismo que isso provoca) ou pelo estresse de serem despertados
constantemente.
Em relação aos seres humanos, passar tanto tempo
acordado está associado apenas a distúrbios estranhos, como a insônia familiar
fatal: essa doença genética (e muito rara) do cérebro causa insônia,
alucinações, demência e, depois de 18 meses, a morte.
Outro caso é o mencionado pela Scientific American: um jovem de
27 anos com síndrome de Morvan, que praticamente não dormiu durante vários
meses, sem se sentir sonolento nem cansado e sem demonstrar problemas de humor
e de memória. Mas, quase todas as noites, entre 21h e 23h, passava entre 20 e
60 minutos sofrendo alucinações auditivas, visuais, olfativas e táteis, além de
dor nos dedos das mãos e pés.
FONTE:brasil.elpais
Nenhum comentário:
Postar um comentário