terça-feira, 9 de junho de 2015

Dormir pouco encolhe o cérebro.

Dormir pouco faz mal para a saúde e encolhe o cérebro.


Nossos cérebros encolhem conforme envelhecemos, mas um surpreendente estudo mostra que o sono – ou a falta dele – pode afetar a velocidade desse encolhimento, especialmente em pessoas com mais de 60 anos.
“Problemas no sono (dificuldade para adormecer, acordar durante a noite ou despertar antes da hora) estão associados a um aumento na taxa de declínio do volume cerebral ao longo de 3 a 5 anos”, diz Claire Sexton, da Universidade de Oxford, em um email ao Huffington Post. “Muitos fatores já foram relacionados às mudanças no volume cerebral – incluindo atividade física, pressão sanguínea e níveis de colesterol.

Nosso estudo indica que o sono também é um fator importante.”
O estudo, publicado este mês na revista Neurology, é associativo, ou seja, ele não afirma se o sono causa uma aceleração do encolhimento do cérebro ou se um cérebro que está encolhendo leva a um mau sono. Ainda assim, Sexton acredita que futuras pesquisas baseadas em seu trabalho incentivem as pessoas a levar o sono mais a sério.
“No futuro, gostaríamos de investigar se uma melhora do sono pode desacelerar o declínio no volume cerebral”, diz Sexton. “Se isso se confirmar, podemos ter uma nova e importante maneira de melhorar a saúde do cérebro.”

No estudo, ela avaliou 147 adultos entre 20 e 84 anos. Todos foram submetidos a doisexames de ressonância magnética, com um intervalo de três anos e meio entre eles. Os participantes também responderam a um questionário sobre a qualidade de seu sono.
Entre os participantes, 35% tinham sono ruim (considerando o tempo que se leva para pegar no sono e o uso de remédios, entre outros fatores). Sexton descobriu que as imagens dos exames de ressonância mostraram uma diminuição mais rápida nas partes frontal, temporal e parietal do cérebro.

Os lobos frontais regulam a tomada de decisões, as emoções e os movimentos, enquando o lobo parietal é responsável por combinar letras e palavras para formar pensamentos, segundo o National Institutes of Health. O lobo temporal está associado à memória e ao aprendizado.

A pesquisa de Sexton ecoa outros estudos recentes sobre o sono e o envelhecimento cerebral. Um estudo da Duke-NUS Graduate Medical School Singapore publicado em julho passado mostrou que os cérebros das pessoas que dormem menos horas envelhecem mais rápido (neste estudo, isso foi demonstrado com o aumento do ventrículo cerebral, um marcador do declínio cognitivo).

Outro estudo, do Beth Israel Deaconess Medical Center, de Nova York, apontou que o declínio de um certo agrupamento de neurônios está associado a níveis mais elevados de sono interrompido entre adultos com mais de 65 anos. O efeito foi ainda mais pronunciado nos participantes que sofrem de mal de Alzheimer. Louis Ptacek, professor de neurologia e especialista em sono da Universidade da Califórnia em San Francisco, elogiou o estudo de Sexton por controlar fatores como índice de massa corporal e atividade física, que têm efeitos conhecidos sobre o sono. Mas ele disse que, apesar de interessantes, os resultados não são surpreendentes.


“Sabemos, por exemplo, que em muitas doenças neurodegenerativas você tem todo tipo de problemas de sono”, disse ele ao HuffPost. “Não é 100% uniforme, mas sabemos que pacientes de Alzheimer, demência e Parkinson têm diferentes tipos de sono.”

Não supreende que os problemas do sono estejam associados a um menor tamanho ou a uma atrofia de diferentes partes do cérebro – “na realidade, eu teria previsto isso”, diz Ptacek. “Mas, é claro, esses investigadores realizaram o estudo e comprovaram” a teoria.

Ptacek espera que, com mais pesquisas sobre a importância do sono, o público comece a priorizá-lo como um aspecto de saúde, em vez de considerá-lo uma inconveniência ou algo que possa ser desprezado. Há um longo caminho pela frente, tanto no reconhecimento da importância vital do sono para o bem-estar como para o direcionamento de mais recursos para pesquisas que esclareçam seus mecanismos, diz ele.

“Passamos um terço das nossas vidas dormindo e, ainda assim, nossa compreensão daimportância de uma boa noite de sono está no mesmo ponto do nosso conhecimento sobre o cigarro 40 anos atrás”, diz Ptacek. “Não sabemos quase nada sobre o sono num nível mecânico básico: o que é o sono, afinal, e por que dormimos?”
Estamos em 2014 e “ninguém tem a menor ideia de como responder essas perguntas”, afirma Ptacek.

FONTE:googlenoticias.com / site desconhecido.

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